Quando você pega a sinopse de um livro e vê que um dos personagens está gravemente doente, você já suspira e pensa “É, já sei onde essa história vai dar. ” Mas ainda assim você prossegue na leitura, vai que acha algo diferente, um final feliz e não melancólico? E é o que você encontra em Matando Borboletas, um romance tão belo quanto intrigante.
Enredo
Leigh e Sarah são grandes amigas desde a infância. De tão unidas, são quase irmãs. Tanto, que queriam manter essa união para toda a vida, passar esse laço para seus filhos. Se Leigh tivesse um menino e Sara tivesse uma menina, poderiam casar os dois e serem avós das mesmas crianças. Um plano lindo e perfeito. Parte dele se concretiza anos mais tarde: Leigh tem Cadence e Sarah tem Sphinx. Cadence é um menino encantador e talentoso, com uma inteligência acima da média e um tanto temperamental. Sphinx é uma menina doce e comportada, um pouco tímida, sem grandes talentos. Os dois são grandes amigos, assim como desejavam suas mães. Mas há algo de errado em Cadence. Algo de errado em seu cérebro. Ele não é capaz de ter sentimentos. Não sabe diferenciar o certo do errado e não hesita em ferir alguém, nem mesmo sua melhor amiga e prometida Sphinx. Anos após a tarde fatídica em que seu melhor amigo lhe vez uma cicatriz a faca em seu rosto, Sarah e Sphinx recebem notícias do outro lado do mundo de Leigh, dizendo que Cadence sofre de uma doença terminal e deseja ver Sphinx. Será que ela é capaz de superar o medo e as mágoas em relação a ele e lhe conceder a última compaixão ou um sacrifício supremo?
Narrativa
Durante todo o livro, temos a história contada todo pelo ponto de vista de Sphinx, que abre o coração para leitor e revela todos os seus sentimentos, dúvidas e o medo que sente em relação a Cadence. A narrativa é envolvente, profunda e emocionante e não tende a ficar na mesmice, como vez ou outra acontece em livros de primeira pessoa, com um único ponto de vista a ser explorado.
Destaque
É interessante o quanto aprendemos na história do que se trata a doença mental de Cadence de forma bem simples e direta. “Matando Borboletas” aborda e descreve com precisão o que é um sociopata, uma vida sem sentimentos reais, vazia. Mais do que isso, descreve o peso que é conviver e amar uma pessoa com essa condição. É tocante.
Minha Opinião
Na primeira vez que peguei “Matando Borboletas” para ler, levei uns dois dias para terminar (um feriadão bem entediante ajudou um bocado). Li tão rápido que não deu para formar uma opinião sobre história. Reli novamente, agora devagar e com mais atenção. M. Anjelais criou um uma história de quatro protagonistas de personalidades intensas e tão conectados entre si quanto um cordão umbilical, mesmo a história sendo narrada pelo de vista de uma única personagem, a Sphinx.
A história nada mais é do que a ótica de alguém que está vendo seu amor definhar até o fim. Quantas histórias vemos assim? Os finais são sempre previsíveis. Mas é aí que Matando Borboletas surpreende: não apenas uma história de amor e câncer, é uma história de amor, sociopatia e câncer. E não há nada daquele amor cego que vemos em outras histórias, um amor meloso e sofrido. Sphinx ama, mas também mágoas e medo de Cadence. Por sua vez, o que Cadence sente em relação a Sphinx não é amor e sim uma obsessão, ela é seu objeto de estudos (para mais detalhes, leia o livro :3) na qual ele tenta ter algum tipo de ligação, algo mais próximo ao sentimento real.
Leight e Sarah, mães de Cadence e Sphinx, são também personagens instigantes. A amizade, companheirismo e compreensão entre elas é algo comovente e impressionante de ver o quanto uma amizade consegue ser tão verdadeira mesmo com o passar dos tempos e os conflitos entre seus filhos. São praticamente irmãs, ligadas tanto uma a outra empaticamente que sentem as mesmas dores em relação a Cadence e Sphinx. O “plano perfeito” criado por elas desde a infância podia não ter saído nos conformes, mas a amizade nunca abalou e ficou mais forte e isso é lindo e emocionante.
Matando Borboletas é uma história tocante e intensa, que cativa e emociona, mas que também tem seus momentos tensos e de suspense. O clímax do enredo aumenta em cada capítulo e seu ápice faz com que o leitor fique tenso ao chegar nesse ponto. É sensacional em ver os momentos de Sphinx e Cadence, que são sempre tensos e perturbadores, mas que fazem com que fiquemos ávidos em acompanhar o desenrolar dessa relação conturbada. A autora cria uma perspectiva de como é conviver com alguém que possui uma doença mental tão séria que afeta amizades, famílias e relacionamentos, que é alheio a todas as emoções do mundo e que ainda assim é tanto capaz de fascinar as pessoas com seu talento quanto assustá-las pelo seu temperamento agressivo e imprevisível. Os sentimentos conflitantes de Sphinx é capaz de nos envolver por uma tarde inteira e ainda nos deixa querendo mais no final. É um retrato de dois adolescentes perturbados e conectados antes mesmo de nascerem, de compaixão e sacríficos. Matando Borboletas é um livro fascinante, com uma narrativa emocionante que não dá para largar.
Sinopse Oficial
O primeiro amor, a inocência perdida, e a beleza que pode ser encontrada até nas circunstâncias mais perversas
Sphinx e Cadence — prometidos um ao outro na infância e envolvidos na adolescência. Sphinx é meiga, compassiva, comum. Cadence é brilhante, carismático — e doente. Na infância, ele deixou uma cicatriz nela com uma faca. Agora, conforme a doença de Cadence progride, ele se torna cada vez mais difícil.
Ninguém sabe ainda, mas Cadence é incapaz de ter sentimentos. Sphinx quer continuar leal a ele, mas teme por sua vida. O relacionamento entre os dois vai passar por muitas reviravoltas, até chegar ao aterrorizante clímax que pode envolver o sacrifício supremo.
A autora M. Anjelais
Ficha Oficial
Autora: M. Anjelais
Tradutor: Cecília Camargo Bartalotti
ISBN: 9788576863366
Gênero: Jovem Adulto
Páginas: 224
Formato: 16 x 23 x 1,3 cm
Editora: Verus Editora
Preço: R$ 29,90
Perfeita amore, adorei!