Resenha “Dragões do Éter – Circulos de Chuva”, de Raphael Draccon

“Um final épico para um livro maravilhoso. Sabe quando você fica poupando o livro por medo de que ele acabe logo? É exatamente assim que fiquei ao me deparar com o final dessa trilogia.”

Mas vamos à resenha e prepare-se para muita emoção.

ENREDO:

O mundo de Nova Eter está às vésperas de sua primeira grande guerra mundial e vários fatores contribuem para esse desfecho catastrófico. Instigando ainda mais as forças nacionais declarar a tão temida batalha que mudará definitivamente o cenário mundial como o conhecemos, temos a quebra de um acordo há muito feito.

Um andarilho aparentemente insignificante bate a porta do castelo real com um pedido de audiência com o Rei que mudará todo o destino dos governantes daquele país. Enquanto por outro lado, um marujo sobrevivente e ardiloso tem uma missão suicida que colocará seu nome na história marítima e nos livros como o pirata mais ambicioso de todos os tempos. Ele simplesmente pretende pegar o navio mais temido de todos e rumar em direção ao grande tesouro.

Já o nosso querido e sofrido João, tem suas aulas iniciadas na escola de escudeiro e aprende da pior forma o que significa ser um cavaleiro. Mas isso não é o bastante, pois sem contar todo o sofrimento, ele ainda é assediado pela futura senhora de seu Mentor, colocando em xeque seu juramento e seu compromisso com sua amada Narin.

Neste livro descobriremos sobre os reais motivos que levaram João e Maria a saírem com vida da casa de doces da bruxa Babau e o que o destino reserva para esse menino obrigado a virar homem para honrar sua família.

Em uma terra apenas imaginada em seus sonhos mais fantasiosos o Príncipe Axel encontra a resposta para livrar sua terra natal de um massacre inevitável na guerra que está por vir, mas o jovem príncipe será mais uma vez testado e colocará à prova todo o seu corpo e alma para provar ser digno de caminhar entre Dragões.

 NARRATIVA:

Continuando o ritmo imposto nos livros anteriores, o autor Raphael Draccon opta por um misto de 1ª e 3ª pessoa, fazendo uso de narrador quando necessário. Isso é ótimo para nos situar quando mudamos de cenário e nos permite uma imersão maior quando há um diálogo mais importante.

E outro ponto importante, apesar do livro defender várias frentes ao mesmo tempo, pulando de um personagem para outro, nos dando uma visão de um núcleo diferente a todo momento, a narrativa não é confusa, contradizendo a expectativa.

A forma de introdução dos personagens novos e cenários que vão surgindo é perfeita, nos permitindo viajar por cada pedacinho deste reino vasto e conhecendo as nuanças de cada personalidade única nesta trama.

 DESTAQUE:

Poderia citar vários pontos que me chamaram atenção, assim como nos livros anteriores, mas quero destacar a evolução do personagem de João. É nítida a transformação do menino em homem. Nos mostrando todo o poder e responsabilidade que uma pobre vítima das circunstâncias pode absorver e reverter para salvar aqueles que ama.

Outro ponto que me arrancou lágrimas e me agitou completamente foi a parte que mostrou a liderança da Capitã Bradamante. Aqui foi possível entender melhor o que a fez ter o cargo mais alto dentro da Guarda Real e justificou completamente atual promoção. A perspicácia, força e destreza de tal personagem são incomparáveis. Eu nunca vi um personagem feminino com tamanha determinação e capacidade de vitória, tornando cada momento da leitura totalmente crível e empolgante.

Mas quero destacar também um ponto que pode ser considerado negativo: não concordei com o final dado a alguns personagens de grande importância para a trama, como Maria Hanson. Achei um final pobre e diminutivo para alguém que teve um papel importante nos livros anteriores. Neste ela ficou apenas como uma mera coadjuvante.

MINHA OPINIÃO:

Fazendo uma análise como livro, foi empolgante e aterrador em alguns momentos, me levando às lágrimas como nos livros anteriores por várias vezes, tamanha a emoção. Mas não saberia afirmar se é o melhor livro da série, pois apesar de nos mostrar um desfecho surpreendente da guerra e um caminho de luta e superação de meu personagem favorito, achei que em alguns momentos o livro esfriou um pouco, (totalmente compreensivo, como um fôlego que se toma antes do mergulho), mas o final de alguns personagens tiraram alguns pontos ao meu ver. Porém, isso não tira o brilho do livro, que por si só é maravilhoso.

E analisando como obra completa: uma das melhores séries que já li em minha vida (e olha que já li muitas séries). Eu posso colocar facilmente no mesmo patamar de Senhor Dos Anéis

(J.R.R. Tolkien), A Saga Os Sete (André Vianco), Harry Potter (J.K Rolling) e Eragon (Christopher Paolini), todos meus livros favoritos.

Uma série que deve ser lida o quanto antes. Espero realmente que o autor nos presenteie com uma continuação ou spin-off da série, que complemente as histórias e nos dê mais detalhes do final de alguns personagens.

Uma leitura obrigatória para os que gostam de Fantasia, jogadores de RPG ou amantes de boa leitura.

Embarque de cabeça nesta série e se surpreenda, assim com eu. Vença seus preconceitos e viagem em um mundo de conto de fadas, com os personagens já conhecidos e populares, mas com uma roupagem totalmente nova e inusitada.

SINOPSE:

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. Hoje, Arzallum, o Maior dos Reinos, tem um novo Rei e vive a esperada Era Nova. Coisas estranhas, entretanto, nunca param de acontecer…

Dois irmãos sobreviventes a uma ligação com antigos laços de magia negra descobrem que laços dessa natureza não se rompem tão facilmente e cobram partes da alma como preço. Uma sociedade secreta renascida com um exército de órfãos resolve seguir em frente em um plano com tudo para dar errado em busca do maior tesouro já enterrado, sem saber o quanto isso pode mudar a humanidade. O último príncipe de Arzallum viaja para um casamento forçado em uma terra que ele nem mesmo sabe se é possível existir, disposto a realizar um feito que ele não sabe se é possível realizar. Uma adolescente desperta em iniciações espirituais descobre-se uma mediadora com forças além do imaginário.