
Finalmente um pouco de honestidade, estamos precisando disso! E de leveza mesmo, um pouco de fantasia verossímil e uma pitada de otimismo, pra variar as coisas.
Enredo
Marina “Nina” Duarte está falida e no vermelho. A crise está tão séria que nem alguém formado com louvor em duas universidades cariocas tradicionais consegue estabilidade. E não estou falando do Brasil. Sim, tá ruim em todos os lugares, até nos States. Desempregada na cidade mais amada do mundo, Nina está sem onde cair morta. E aí que ela pede ajuda a uma parente para conseguir um trampo. E consegue. Como babá. Numa mansão. Uma família bilionária. Crianças órfãs de mãe. E um pai, homem de negócios de sucesso, viúvo e com o coração enlutado pela morte precoce da esposa. Ah, e ele é lindo, maravilhoso, charmoso, inteligente, gentil e precisa urgentemente de uma boa moça que cuide de seus filhos que passam problemas na escola. E Nina tenta, mas não aguenta: se apaixona pelo seu chefe TDB Killian Manning. E, claro, ele não vai ser indiferente ao charme de gata borralheira de Nina. Afinal, quem nunca, né?
Narrativa.
Durante a maior parte da história, é Nina que conta em primeira mão todos os fatos da história. Nada muito complexo ou enjoativo, é uma narrativa que flui com serenidade e leveza, como a história é. Em alguns capítulos, temos também o ponto de vista do Senhor Manning, nos contanto coisas que Nina desconhece sobre seu chefe e que ele não tem coragem para contar. Enquanto a narrativa de Nina se passa sempre no tempo presente da história, a narrativa de Killian alterna entre o passado e o presente, em pontos diferentes ao da nossa protagonista principal.
Destaque
Como Nina é formada em Música pela UFRJ e sabe tocar vários instrumentos além de cantar bem, o enredo possui várias referências musicais. É usando sua música que Nina consegue conquistar o coração da enlutada Família Manning, ainda mais do jovem Dorian, o filho mais velho e rebelde que mais sofre com a perda da mãe. E na boa, quem gosta de Coldplay, já tem a minha simpatia logo de cara! :3
Minha opinião
Carol Dias foi honesta quando intitulou sua obra de estreia: Clichê é exatamente isso que você vai encontrar ao ler suas páginas, vários clichês. Garota órfã que vai tentar a sorte na Terra do Tio Sam. Um bilionário lindo e perfeito, o príncipe encantado para resolver todos os problemas da mocinha. Seu filho mais velho, garoto rebelde e revoltado, triste com a morte da mãe, sem saber como extravasar a dor. Sua filha mais nova, uma doce menininha que ainda é jovem demais para entender o que é a morte e que precisa urgentemente de uma figura materna. Irmão mais novo do príncipe encantado que possui caráter duvidoso e que adora infernizar a vida da mocinha. Uma governanta que é praticamente a fada madrinha da casa. Uma amiga doida, mas que apoia e dar bons conselhos. E a sogra megera. Em quantos livros, filmes, seriados e afins vemos coisas assim?
Mas esse monte de clichês não significa que a história é fraca ou enjoativa. Não é. Clichê já nos deixa bem claro logo no seu prólogo que não iremos ter um enredo exatamente original. A história é previsível no seu início, meio e fim, até mesmo seus plot twist são previsíveis. E nem por isso é ruim ou um enredo enjoativo. Quem gosta de romance assim, vai amar e quem quer ler uma história leve, sem maiores conflitos e com um final feliz, vai sair satisfeito.
O que senti um pouco de falta, foi umas pitadas a mais de drama e conflito no desenrolar dos fatos. As crises do livro são revolvidas logo no próprio capítulo, sem maiores complicações. É como se cada capítulo fosse um arco, episódios de um seriado, pelo menos, na sensação que tive ao ler a história. Ou seja, nada de novela das 9 ou novela mexicana reprisada. Clichê é simples e de boa.
No geral, Clichê é um livro agradável de se ler. Pode não ser, à primeira vista, um enredo original, mas é uma boa história, que mesmo podendo prever tudo que vai acontecer, não dá pra deixar o livro de lado. Para o meu gosto pessoal, achei vez ou outra um tanto entediante, mas para quem prefere mais livros desse gênero, vai entrar de cabeça na história. Apesar de ser quase impossível cair de paraquedas nos braços de alguém rico, gentil e maravilhoso, não quer dizer que não possamos sonhar com isso, não é verdade. Todo o sonho é livre. E com tanta crise, tantas pessoas brigando e se matando por pouco por aí, tantos amores quebrados e com toneladas de problemas nas costas, ler um romance com tanta leveza e otimismo, nos sentir mais leves e acreditar no amor. Pois é, precisamos ter nossa fé restaurada. E no meio desses clichês, dá para encontrar a originalidade.
Autora Carol Dias
Enredo oficial
Marina Duarte está no vermelho. Dona de dupla graduação nas melhores faculdades públicas do Rio de Janeiro, seu sonho de construir a vida nos States não está funcionando.
Decidiu se mudar para ficar perto da tia, sua única família, mas a crise não está ajudando em nada sua carreira.
Sem saber como pagar as contas do próximo mês, Marina aceita uma vaga de babá na mansão da família Manning. Ela só não podia imaginar que sua vida mudaria completamente, apenas por conhecer duas crianças e um chefe viúvo – e gato, maravilhoso, cheiroso e gostoso –, que precisa urgentemente de sua ajuda.
Ficha Técnica:
Autora: Carol Dias
Gênero: Chick lit
ISBN 978-85-68925-171
Formato: 16×23 cm 282 páginas
Editora: Ler Editorial
Preço (sugerido): R$ 33, 90
Oi, Tainá! Obrigada pelas críticas construtivas, prometo melhoras nos próximos livros! rs E fico feliz por você ter gostado do livro, mesmo não sendo seu tipo de história. <3
De nada, Carol! Fico feliz que tenha gostado da resenha, pois eu realmente gostei do livro! Você escreve muito bem, continue assim e tenha muito sucesso!