Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que sou fã da série clássica e assisti ao primeiro filme nos cinemas. Sim, eu sou velho e tenho orgulho disso! Isso não me torna um especialista no assunto, mas me qualifica para falar de uma adaptação que tem mais profundidade do que muito filme tido como sério, dos últimos tempos.
SINOPSE:
Na trama temos cinco adolescentes que não se encaixam nos padrões familiares ou da sociedade local. Estes jovens são reunidos por um acidente em uma pedreira antiga, onde após uma explosão causada por Billy, eles acham cinco objetos semelhantes a moedas. Estes objetos dão a eles poderes e habilidades nunca antes vistas e revelam algo ainda maior no interior da pedreira.
Eles descobrem um ser alienígena chamado Zordon que lhes avisam sobre uma possível destruição da Terra e que eles são a única chance do planeta sobreviver a esse terrível destino. Eles agora serão os Power Rangers.
MINHA OPINIÃO:
As comparações com a série original são inevitáveis, mas o diretor Dean Israelite conseguiu inovar muito e trouxe assuntos bem atuais para o debate nas telonas.
Para começo de conversa a mudança étnica dos personagens foi dos pontos que mais chamaram a atenção. Outros pontos como a inclusão de um personagem com transtorno de Espectro Autista foi muito bem representado e a atuação respeitosa deu a devida representatividade as pessoas que sofrem do mesmo caso. O ator RJ Cyler deu uma entrevista para o ScreenRant onde comentou:
“Eu só queria mostrar um ponto de vista diferente de pessoas que são vistas como alguém no espectro…ou pessoas diagnosticadas com autismo, pois eu sinto que tendo essa visão de alguém de fora, e eu assumo minha culpa quando digo isso, pois tem muito que eu não sabia antes.
Eu só sentei e fechei minha boca e simplesmente só ouvi, e sabe, aceitei cada informação sem julgamentos. Eu sabia que era meu trabalho mostrar, você sabe, que pessoas no espetro são só pessoas normais, literalmente, apenas como nós falamos, como eu e Becky [Becky G, que interpreta a Ranger Amarela] conversamos, eles se sentem da mesma maneira, tem os mesmos sentimentos, eles querem ser amados, querem alguém para amar, eles querem relacionamentos, querem se conectar, e eu estava muito empolgado para interpretar o personagem pois eu sei que isso vai significar muito para muitas pessoas, pois todos nós somos afetados por isso…e é algo que eu honestamente sinto que nós precisávamos ter nesse filme.”
E por falar em Billy o personagem de RJ foi o ponto alto do filme. Ele foi a ligação entre os Rangers e a força motriz do filme com tiradas muito engraçadas e ao mesmo tempo inocentes. A escolha do elenco foi acertada a meu ver, mas nem todos tiveram o mesmo destaque durante o desenvolver do filme.
Senti falta de uma profundidade nos personagens de Becky G (Trini / Ranger Amarela) e Ludi Lin (Zack / Ranger Preto), ambos com muito potencial, mas pouco aproveitados. Talvez no segundo filme consertem isso.
Quanto aos vilões, eu adorei a atuação de Elizabeth Banks como Rita Repulsa, mas a escolha de Golden como ”Chefe de Fase” não ficou boa, já que na série o personagem atuava com um comandante das tropas. Outra decepção foram os “soldados rasos”. É totalmente compreensível a criação deles de pedra, mas o visual não funcionou bem. Em minha opinião, deu um ar de desleixo, tirando ainda mais a importância deles para a trama, não demonstrando a real ameaça que eles eram para a população.
Existe uma mudança significativa na história que me surpreendeu e muito sobre a origem do Ranger Verde (sem Spoillers), mas aceitei bem e acho que torna a trama ainda mais interessante do que o original.
O filme possui um bom ritmo e a transição entre ação e história é tranquilo. Certa demora para engrenar na trama pode ser identificada por alguns mais afoitos, mas é compreensível por se tratar de um filme que relata mais as relações pessoais dos personagens e deixa a parte de ação em segundo plano. Ele é facilmente visto como um ótimo prologo para os demais filmes, que vamos torcer para que venham.
O design do filme ficou ótimo e a explicação para eles morfarem justificou muita coisa. A importância da união do grupo era, sem sombra de dúvida, a grande razão para o sucesso de sua missão. Os dramas familiares aliados a necessidades de se aceitarem como indivíduos foram o background perfeito para mostrar a origem de heróis que serviram de exemplos para as nossas crianças. Pois é mais fácil se identificar com pessoas que não são perfeitas e sim que possuem falhas como todos nós. Isso trouxe um toque ainda maior de humanidade para o filme. Contrariando a série clássica onde todos os Rangers eram pessoas certinhas, aqui os adolescentes são mais reais e com problemas reais dessa fase. Isso falará direto com o público alvo.
Falando ainda do Design. Quero expressar que a mudança nos uniformes foi muito boa. O design arrojado dá um ar mais extraterrestre e extremamente tecnológico. Outra coisa surpreendente foi a forma como surgem os trajes (armaduras), eles já estão dentro de cada um dos Rangers e é externado quando eles necessitam.
Agora não gostei muito do visual confuso dos Zords. Sinceramente, fora o Tironossauro Rex e o Pterodátilo não são possíveis identificar os outros três. Principalmente o mastodonte, que ficou parecendo mais um besouro do que um paquiderme. Mas para compensar a fusão deles para compor o Megazord ficou ótima e cada indivíduo cuida de um setor, ao contrário de algumas séries antigas onde todos ficavam na cabine de comando fazendo coreografias com os braços enquanto o robô lutava.
Resumindo: O filme é divertido e empolgante, além de possuir vários momentos de tensão que causam silêncio total aos presentes para depois mostrarem soluções que causaram euforia no público. Muito bem produzido e cumpre bem o seu papel.
Sem falar que vai reunir um bando de velhos, como eu, nas salas de cinemas e que também irão se emocionar ao ouvir o Alpha 5 gritar Go Go Power Rangers, seguindo do tema clássico. Confesso, meus olhos suaram nesse momento e todos aplaudiram.
Saí da sala com uma expectativa ainda maior para o próximo filme da série. Agora só nos resta torcer para que faça tanto sucesso que motive outras produções como Esquadrão Relâmpago Changeman e Jaspion, ambos, ícones de uma geração dos anos oitenta e noventa.
Vejam esse filme e levem seus filhos para passar o legado que tivemos em nossa época. É simplesmente maravilhoso poder reviver e sentir a mesma alegria de muitos anos atrás.
Desculpem esse velho aqui, mas é impossível para alguém apaixonado por essa época não se sentir representado e feliz com a evolução de algo que fez parte de minha infância.
Assistam e comprovem. Go Go Rangers!
ELENCO:
- Dacre Montgomery
Personagem : Jason / Ranger vermelho - RJ Cyler
Personagem : Billy / Ranger azul - Naomi Scott
Personagem : Kimberly / Ranger rosa - Becky G
Personagem : Trini / Ranger amarelo - Ludi Lin
Personagem : Zack / Ranger preto - Elizabeth Banks
Personagem : Rita Repulsa - Bryan Cranston
Personagem : Zordon - David Denman
Personagem : Sam Scott - Bill Hader
Personagem : Alpha 5 - Dean Israelite – Diretor.
SINOPSE OFICIAL:
A jornada de cinco adolescentes que devem buscar algo extraordinário quando eles tomam consciência que a sua pequena cidade Angel Grove – e o mundo – estão à beira de sofrer um ataque alienígena. Escolhidos pelo destino, eles irão descobrir que são os únicos que poderão salvar o planeta. Mas para isso, eles devem superar seus problemas pessoais e juntarem sua forças como os Power Rangers, antes que seja tarde demais.
TRAILER:
eu tenho que ver este filme
Mais um filme que eu ainda não assisti e to doida pra ver!!